A minha experiencia no Phool Chatti Ashram – 7 Days Yoga And Meditation Course
As vivencias dentro dos Ashrams, com seus cronogramas que vão desde as 5am até 21pm, são intensas… e a minha chegada no ashram não foi muito relaxada. A minha primeira dica é: chega com tempo e descansado, pelo menos chega com tempo na cidade.
O Phool Chatti Ashram fica em Rishikesh, nada perto das pontes e a maioria dos ashrams. Tem o privilégio de ficar afastado na vera do rio Ganges.
Antes de chegar em Rishikesh passamos uns dias em Delhi percorrendo tudo o que foi possível. O dia anterior passamos em Haridwar onde foi impossível dormir durante toda a noite. Haridwar fica também no Ganges e mesmo tendo rickshaws, o lindo é passear a pé observando cada detalhe. Fomos também a pé no templo de Mansa Devi, na cima de um morro. Em fim, estou contando tudo isso para esclarecer o cansaço que tinha quando chegamos em Rishikesh no dia seguinte.
Após de vários meios de transporte e claro atravessar a ponte a pé, chegamos no Ashram. Tinha visto algumas fotos online mas achei muito mais bonito na chegada. Fomos recebidos e levados até o quarto. Nos informaram que a primeira atividade seria o almoço. Tínhamos reservado quarto privativo duplo. Não sabia o que esperar do quarto além de simplicidade mas quando cheguei foi uma surpresa: tinha vista para o rio Ganges, e o rio estava realmente perto (só descer a escada).
Durante o almoço tivemos a apresentação da equipe e a primeira experiencia de comida tipica. O prato dividido em compartimentos: curry de legumes, curry de grãos de feijões, arroz, chapati e salada. As três refeições diárias eram similares. O desjejum da manhã tinha salada de frutas e mingau além dos currys. O café não existe, so chai (cha com leite).
Após do almoço tivemos uma aula teórica e percorrimos o pédio. Pela tarde fizemos uma prática de ásanas, despois puja no templo e logo mantras. Jantar e meditação. Na hora de deitar vi a lua cheia na janela do quarto, nesse momento consegui sair do cansaço e agradecer profundamente pela oportunidade que tinha de estar lá, abençoada pela lua e o som relaxante da mão Ganga.
Esse primeiro dia foi tranquilo. No dia seguinte tivemos a experiencia completa, com atividades desde a saída do sol até a subida da lua. Tínhamos duas práticas de ásanas por dia, caminhadas na natureza, puja, teoria, meditação duas vezes ao dia, mantras e serviço desinteressado (seva).
Cronograma e atividades do retiro
Vou contar para você como era o dia dentro do Ashram, a minha experiência no Phool Chatti, mas a maioria dos retiros têm cronogramas e atividades similares.
Todos os dias começavam e acabavam na sala de prática com uma meditação que ia gradualmente mudando. Todas elas lindas e em geral com foco no som: teve meditações com mantras, instrumentos, atenção no som do rio passando…
A segunda atividade era mantra, em geral mahamrityunjay mantra. Logo desciamos até o jardim para fazer as kriyas (atividades de limpeza), limpando as vias nasais com o neti. Uma vez com as vias respiratórias mais limpas voltávamos até a sala para os pranayamas. Depois fazíamos uma prática de ásanas. E por fim o café da manhã! nos primeiros dias estava com muita fome pois jantávamos tipo 19h e o desjejum era às 9h, depois fui me acostumando. Com o copo alimentado tínamos as atividades de karma yoga, no caso seva (limpeza do prédio). Cada pessoa escolhia o setor para limpar: pátio, sala de prática, refeitório, benheiros, etc.
Às 10:30h começava a caminhada yogi em silêncio. As caminhadas na natureza eram sempre com propostas de meditação e contemplação. Fizemos trilhas pela montanha até chegar na cachoeira, outras até pontos específicos no Ganges ou arroios. Sugiro levar chapéu ou chal para cobrir a cabeça além de protetor solar.
Ao retornar no Ashram nos esperava um delicioso almoço. E depois tínhamos tempo livre. Em geral eu aproveitava para cochilar, pois na época que viagei (Maio) o dia alcançava temperaturas de 40 grãos centígrados.
As 15h começava a aula teórica, o conteúdo ia avançando cada dia seguindo um fio condutor dentro da filosofia do yoga. Teve trabalhos em grupo e exposição de ideias, debates com perguntas e respostas.
Após da teoria voltávamos à prática com aula de yoga-ásanas. Ao finalizar nos dirigíamos até o templo do Asharam no horário do por do sol para a cerimonia do puja guiada pelo Swami Vishudha Nand Ji. O puja era seguido pela recitação de mantras em uma sala específica com muitos instrumentos e almofadas. Se não conhecer os mantras não se preocupe, eles tem folinhas com todos os mantras que serão usados durante o retiro.
As 19:30 subíamos no refeitorio para jantar. Uma hora depois voltávamos na sala de prática para a meditação da noite.
Foram dias realmente intensos e mágicos.
No último dia fizemos o ritual do fogo recitando 108 vezes o mahamrityunjaya mantra.
Os retiros e vivências dentro de ashrams são de transformação e evolução pessoal. O contato com a própria identidade é constante e a dispersão é quase nula. Durante o retiro você se encontra com você mesmo. Pode se gostar ou não, mas irá se conhecer e tirar o véu.
Você já se sente preparado para essa experiência? Se já fez algum retiro, do que gostou mais?