Samyama é o conjunto formado por Dhárana (concentração), Dhyána (meditação), e Samádhi (iluminação ou hiperconsciência), sendo que cada estágio é o aprofundamento do anterior.
Samyama é uma técnica tríplice onde cada praticante pode chegar num nivel diferente (ou mais profundo) a través da mesma técnica.
No primer estágio Dhárana (concentração) usa-se um foco de concentração. Um foco onde manter a atenção. Um foco que permita a mente se concentrar e cesar a dispersão.
Esse foco pode ser uma imágem, um som, uma sensação, etc.
Tem pessoas que conseguem se focar com mais ou menos facilidade. Para quem tiver mais dificuldade recomenda-se meditações guiadas com estorinhas e desenvolvimento de sensações. Dessa forma a mente não fica sozinha sem saber para onde ir, impedindo assim a dispersão. O instrutor traz a atenção do praticante uma e outra vez para o exercício, chama sua atenção para não deixá-la viajar e se dispersar.
As melhores condições para a concentração são: praticar em espaço silencioso, local confortavel (onde se sinta a gosto), postura confortável (é aconselhável praticar ásanas antes), roupa adequada (não meditar com a mesma ropa do expediente de trabalho por exemplo), praticar regularmente no mesmo horario, fazer do local de meditação um local especial (o que inducirá entrega e introspeccão cada vez que sentar alí).
Masssssssss nem sempre as condições são as adecuadas e isso não deveria atrapalhar. Por isso que deve se treinar também o pratyahara (abstração e retração dos sentidos) antes de Samyama.
A prática de meditação não é para quem tem todas as condições fáceis, é para todo o mundo.
E justamente quem não tem as melhores condições é quem mais precisa da prática de meditação.
Então não se preocupe se não conseguir nenhuma dessas condições recomendáveis: sente no momento que puder, onde for e faça sua prática.
Sempre terá resultados, mesmo quando pratique sem conseguir se concentrar 5 segundos seguidos. Pois a mente deve ser treinada, como é treinado o corpo. Ela não responderá a seu chamado de concentração no mesmo dia, ela precisa de uma prática, precisa treinar. Até que um dia ela se concentra!
E… lamento a sinceridade… até que outro dia não tem jeito para se concentrar e parece que tudo volta para tras.
O caminho tem seu altos e baixos, mas sempre de forma escalonada para cima. Sempre que sentar e praticar estará um passo mais perto da real meditação.
Por que falo «real meditação»? porque até aqui só treinamos a mente para se focar e concentrar: Dhárana.
Enquanto a mente estiver oscilando você estará «praticando meditação» e não meditando.
Só quando conseguir manter essa concentração você estará meditando (Dhyána).
Mas não se desanime pois o caminho, seja curto ou demorado, é gostoso.
O tempo recomendado de prática é pelo menos 20 minutos, até 1 hora.
Mas no começo é difícil manter a concentração 20 segundos… imagine 20 minutos!
Então va sem pressa… as praticas podem ser curtas.
Com práticas curtas terá a vivência da meditação mais rápido, poderá experimentar os benefícios da meditação por si mesmo.
Querer meditar 20 ou 60 minutos no começo, pode trazer muita frustração. Especialmente para quem tem mente agitada, ou dispersa ou estiver atravessando uma situação difícil.
Porém uma prática curta será mais leve, trazendo conforto para sua mente ao invés de pressão ou frustração.
A extensão da prática será determinada por você mesmo. Não busque formulas mágicas. Se hoje a prática de 3 minutos foi boa, amanha faça 4… não queira acelerar o processo, se de o tempo.
E se estava praticando 10 minutos e hoje não consegue mais de 4, está ok. Não insista. Não brigue com a sua mente.
Também não é preciso chegar manter a concentração 1 hora. É preciso respeitar seus tempos e desfrutar da prática. Se dé a liberdade de desfrutar o tempo que quiser… 5 minutos, 1 hora… não tem errado.
O importante é acalmar a mente, cesar as oscilações. A mente clara e pacífica permite enxergar a vida com clareza. Esse é o objetivo do yoga.
“Yoga Chitta Vritti Nirodha” = “Yoga é o cese das oscilações mentais” (Yoga Sutras de Patañjali)
Dissemos que para Dhárana (concentração) treinamos focando a mente numa imágem, um som, ou sensação, etc. E para Dhyána (meditação) como treinamos?
Pois para Dhyána você continua a mesma prática só que já não terá as interrupções da mente. As ondas cerebrais mudam, porém o exercício é o mesmo.
Até que já não precise foco nenhum. Chegado esse ponto você tira o foco e a mente permanece no mesmo estado de consciência plena, de presença.
Dhyána é uma estágio mais profundo e elevado que acontece espontaneamente.
Quem fala «eu sou muito ansioso», «sou muito agitado», «não consigo ficar quetinho nem 2 minutos» é quem mais precisa incluir samyama em sua vida. Se a mente fica pulando não ha como ver com clareza. Se tem ondas na superfície do lago não há como ver o fundo.
Poderia ter dito, «não há como ver as belezas do fundo». Mas nem sempre será beleza o que se encontre… desculpe mais uma vez minha sinceridade.
Quando se observa com clareza também se vê o que estava oculto. Quando se tira o filtro se ve a realidade.
Yoga é o encontro consigo mesmo. Esse encontro pode ser muito gostoso algumas vezes, e outras não.
Mas os estados mais profundos de meditação sempre são gostosos, pois se tem uma expansão da consciência.
Compartilho aqui com vocês, pequenas praticas. Em todas as aulas que preparo incluo uma pratica curta no final. Esses vídeos são algumas de essas práticas de samyama, trabalhando diferentes técnicas.